Competição por recursos entre uma trepadeira (Calopogonium mucunoides Desv.) e uma árvore (Guazuma ulmifolia Lam.): implicações para o manejo de fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual degradados

Autores

  • Crislaine Almeida Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências Agrárias http://orcid.org/0000-0003-3299-7696
  • Ricardo Augusto Gorne Viani Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências Agrárias
  • Pedro Henrique Santin Brancalion Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.4322/2359-6643.04103

Palavras-chave:

Degradação florestal, fragmentação, lianas, sucessão florestal.

Resumo

Muitos remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual encontram-se degradados. Nestas condições, trepadeiras são abundantes, recobrindo a copa e dificultando o desenvolvimento e a sobrevivência das árvores. Nesse contexto, este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da competição por luz e nutrientes de uma trepadeira nativa hiperabundante em condições de degradação, Calopogonium mucunoides (Fabaceae), sobre o desenvolvimento da árvore pioneira Guazuma ulmifolia (Malvaceae). As hipóteses eram que a trepadeira reduz o desenvolvimento da árvore e que isso varia conforme o nível de irradiância. O experimento foi realizado em viveiro de mudas, em Piracicaba-SP, Brasil, plantando‑se uma muda da trepadeira e uma da árvore no mesmo vaso, simulando competição apenas acima do solo (anteparo separando as raízes no vaso), apenas abaixo do solo (anteparo separando parte aérea), acima e abaixo do solo (sem anteparo), e sem competição (duas mudas de árvore por vaso, sem trepadeira). Todos tratamentos foram implantados a pleno sol e na sombra, com seis repetições cada. Cinco meses após implantação do experimento, as mudas da árvore foram retiradas e comparadas entre tratamentos para crescimento, partição da biomassa e taxa de crescimento relativo. O crescimento da árvore foi negativamente afetado pela trepadeira, corroborando a primeira hipótese. A competição abaixo do solo com a trepadeira reduziu a taxa de crescimento relativo da árvore, indicando que a competição é maior abaixo do solo. Porém, os efeitos não variam com níveis de irradiância, rejeitando a segunda hipótese. Há necessidade de maior atenção à competição abaixo do solo na interação entre árvores e trepadeiras.

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Publicado

2017-07-17

Edição

Seção

Artigo Original