O desafio do novo sistema de produção de alimentos
DOI:
https://doi.org/10.4322/2359-6643.07100Abstract
Para alimentar 10 bilhões de pessoas previstas no mundo em 2050, e ao mesmo tempo atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), os sistemas de produção de alimentos requerem pesada inovação e divergem no status quo dos já existentes. Eles deverão considerar as dimensões ambiental, econômica e social, com visão além das dimensões da saúde e nutrição das pessoas.
Muito embora tenhamos 80% dos pobres do mundo vivendo em áreas rurais e produzirmos alimento suficiente para o mundo, ainda temos mais de 800 milhões de pessoas subnutridas no planeta. Mais de 4 bilhões de pessoas têm deficiência em micronutrientes ou são obesas, caracterizando assim a má nutrição ou fome oculta como a principal causa de doenças no mundo. Essas carências afetam o aprendizado das crianças e podem restringir o desenvolvimento do cérebro. As mulheres representam 43% da força de trabalho no campo e têm acesso desigual à terra, tecnologias e mercados. Os muitos sistemas de produção de alimentos são ineficientes no uso da água e esses ainda são extremamente dependentes de combustíveis fósseis. Pesquisas indicam que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são perdidos ao longo da cadeia produtiva, fato este incompatível com a eficiência exigida no futuro.
Por outro lado, a atividade agrícola emprega 60% da força de trabalho nos países em desenvolvimento, e ainda há cerca de 900 milhões de pessoas no campo que não têm acesso à eletricidade. Em 2030, aproximadamente 60% da população mundial estará vivendo em áreas urbanas onde as desigualdades sempre restringiram o acesso a alimentos nutritivos.
(Texto na íntegra disponível em pdf)
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